Brasília – O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, negou hoje (7) que tenha ocorrido vazamento e alteração de dados de candidatos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) aberto nesta madrugada e que oferece 129 mil vagas em 101 instituições públicas de educação superior.
“Nos primeiros minutos da abertura, quatro a cinco estudantes entraram na página que dava acesso a alguns dados. Não pode alterar nada, não tem nenhuma implicação ou desdobramento e foi imediatamente corrigido. Tudo andou com toda segurança e estabilidade, já são mais de 470 mil inscritos em apenas 12 horas de abertura do sistema”, disse o ministro, ao final da posse dos reitores da Universidade Federal do Rio Grande (FURGS), Cleuza Maria Dias, e da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Mario Augusto Delpino.
Nos primeiros minutos de inscrições no Sisu, candidatos relataram em redes sociais uma falha que permitiu o acesso a dados pessoais e a notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de outros estudantes.
“Foi um pequeno problema na abertura do processo de acesso, sem nenhuma implicação”, acrescentou o ministro, ao ser perguntado se houve falha técnica ou vazamento de informações.
O ministro também comentou sobre ações judiciais a respeito da correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012. Na semana passada, o MEC entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) contra a decisão liminar da Justiça Federal no Ceará de determinar que fossem divulgados imediatamente os espelhos da correção das redações do Enem acompanhados das justificativas da pontuação. O tribunal acatou o pedido do ministério.
“O edital foi lançado em maio e não houve nenhum questionamento. Foi estabelecido que todos os alunos teriam acesso pedagógico às redações no dia 6 de fevereiro. Não conheço nenhum outro vestibular que permita isso [o acesso aos espelhos da correção das redações]”, argumentou Mercadante.
Para o ministro, as considerações do desembargador Paulo Roberto de Oliveira Lima contra a liminar “falam pelo MEC”. Na decisão, o magistrado afirmou que “a exibição das provas às vésperas do Sisu, paralisando a administração, além de não dar ensejo aos recursos voluntários desejados pelo MPF, somente teria a serventia de justificar uma possível ida à Justiça contra as correções dadas às provas”. Para o desembargador, a liminar “desorganizaria a administração insuportavelmente” e lembrou também que ações contra Enem já foram analisadas e derrubadas pelo tribunal em outras ocasiões.
Mercadante pediu a compreensão dos estudantes com relação ao acesso à correção. “Nós estamos fazendo o máximo possível. Contratamos 40% a mais de corretores, demos um manual de correção para as competências específicas. Nós demos exemplos das melhores redações, o que nunca existiu no Enem até então. Colocamos uma instância a mais, uma banca, quando há conflito nas notas e discrepância na avaliação”, disse.
Até o momento, o Sisu registra as inscrições de quase meio milhão de candidatos. O prazo vai até a próxima sexta-feira (11). A inscrição é exclusivamente pela Internet. Apenas na primeira hora, foram registradas mais de 80 mil inscrições.
De acordo com o MEC, a cidade do Rio de Janeiro registra até o momento o maior número de inscritos, com 23.669 estudantes. Fortaleza aparece em segundo lugar, com 14.418 inscritos. Em seguida, estão São Paulo (12.109), Teresina (7.112) e Maceió (5.707).
Concorrem às vagas os estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2012 e obtiveram nota na redação que não tenha sido zero. O candidato pode fazer até duas opções de curso.
A primeira chamada de selecionados está prevista para o dia 14 de janeiro. Os convocados devem providenciar a matrícula nos dias 18, 21 e 22. A segunda chamada será divulgada no dia 28 deste mês, com matrícula em 1°, 4 e 5 de fevereiro.
Os estudantes que não forem selecionados nas duas primeiras convocações podem aderir à lista de espera para concorrer às vagas remanescentes. O prazo de adesão vai de 28 deste mês a 8 de fevereiro. No dia 18 de fevereiro, ocorrerá a convocação, pelas instituições, dos candidatos em lista de espera.
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