Central de Intérpretes de Libras facilita a vida de pessoas surdas

Espaço na estação do Metrô da 114 Sul fornece intérpretes para acompanhamento de pessoas com deficiência auditiva a locais como bancos, hospitais e delegacias

Inclusão social é a principal meta da Central de Intérpretes de Libras de Brasília, que oferece, a pessoas com deficiência auditiva, acompanhamento a bancos, fóruns, delegacias, hospitais, universidades, delegacias, consultórios médicos, reuniões e palestras, entre outros. O local funciona na estação do Metrô da 114 Sul, mais conhecida como Praça do Cidadão, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Para receber atendimento, é preciso agendar pelos e-mails gecil.gdf@hotmail.com e gdf.cil@gmail.com (com webcam por meio da Língua Brasileira de Sinais), pelos telefones (61) 2104-1185 e 9298-7750, nas redes sociais da central, ou ainda pessoalmente. A equipe conta com cinco intérpretes, um assessor surdo, um auxiliar administrativo com conhecimentos básicos em Língua Brasileira dos Sinais e um gerente – também intérprete.

Os intérpretes também fazem, quando solicitados, a mediação da comunidade surda com órgãos públicos e concessionárias de serviços do GDF. A comunicação é feita sempre por meio da linguagem de sinais. O gerente da Central de Intérpretes de Libras do GDF, Alexandre Ferreira de Castro, explica que os agendamentos devem ser feitos com, no mínimo, dois dias de antecedência, salvo em casos de emergência. Assim, a escala dos intérpretes será organizada e haverá acompanhamento do carro do GDF que faz o transporte do intérprete e do solicitante até o local de atendimento.

A média é de 36 atendimentos por dia, entre externos e internos. Um projeto de descentralização da Central de Intérpretes de Libras do GDF prevê abertura de filiais nas cinco regiões com maior demanda e a implantação de tecnologia de intermediação por vídeo. Também existem planos de ampliar o atendimento para sábados e domingos e para tempo integral. A central é vinculada à Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania.

Autonomia – De acordo com dados do Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, no Distrito Federal existem mais de 82 mil pessoas com deficiência auditiva. Uma delas é Priscila Borges, 22 anos, que ganhou mais autonomia com o auxílio da Central de Libras. Para levar os documentos necessários para fazer sua inscrição no programa Morar Bem, do GDF, foi acompanhada da intérprete Alessandra Maysa. “Nos sentimos mais seguros. Muitas vezes tentamos, mas as pessoas não conseguem entender o que queremos dizer”, conta, com o auxílio da intérprete. “Sempre que vou ao médico, solicito ajuda também”, afirma.

A intérprete Alessandra Maysa trabalha na central desde 2010. Ela atende, em média, 10 pessoas por dia. A especialista em Libras começou a aprender a Língua de Sinais quando estudou em uma escola com turmas especiais. “Ajudar os outros é um trabalho muito gratificante. Você sai de casa feliz”, revela.

Valdete Rodrigues é servidora da Secretaria de Habitação e trabalha no núcleo de inscrições para programas habitacionais na Praça do Cidadão, onde atende cerca de 20 pessoas com deficiência auditiva por dia. “Eles são muito inteligentes, querem saber dos detalhes. Se não fossem os intérpretes, ficaria complicado para nós estabelecer a comunicação”, destaca.

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